Resumo
A culpa é de algum bibliotecário anônimo do século 19. Não fosse esse bem-intencionado — embora não muito inspirado — funcionário responsável por catalogar obras de literatura, este texto sobre “não ficção” não precisaria ser escrito, pois não haveria “não ficção”. E eu não teria passado boa parte das minhas conversas sobre “o que você anda fazendo da vida?” tentando explicar o que é a tal “não ficção” para meus familiares e outros totais desconhecidos. Mas cá estamos, falando de um gênero literário que concordamos em definir pelo que ele não é. Quase como se chamássemos todos os outros esportes de “não futebol” ou uma imensidão das artes plásticas de “não pintura”.